Poemas

Tantos:
Tantas musicas não ouvidas juntos, tantos momentos vividos sozinhos.
Tantas valsas sonhadas e dançadas ao balanço do vento sem a companhia de seu corpo.
Tantos momentos desejados, vislumbrados e sonhados, deixados esquecidos e que nunca serão eternizados.
Tantas emoções deixadas de serem sentidas, de serem usadas e exploradas.
Tantas coisas deixadas de serem ditas, sentidas e amadas.
Tanto sentimento pra nada, tanto amor que transbordou, sufocou e acabou.
Tanto te tanta coisa que findou se no nada que restou.
Tanto de tudo, tanto de nada, tanto que não cabe em palavras.

domingo, 14 de agosto de 2011

De madeira, por Alexandra Corvo, a Sommelier, que além de super conceituada LINDA

Os vinhos da Madeira são mais conhecidos pelos molhos para carne nos quais são utilizados. Uma pena. Uma região com tal história vinícola deveria estar mais em evidência. Faz parte de um arquipélago que fica uns 650 quilometros da costa de Marrocos. Tem encostas íngremes e paisagem verdejante. Segundo nos conta Hugh Johnson em seu “Atlas Mundial do Vinho”, quando os portugueses chegaram lá por volta de 1419, botaram fogo nas florestas cujo solo, ainda assim, se mantiveram férteis por causa das cinzas das matas.
No começo as uvas (Malvasia) foram plantadas na ilha de Porto Santo, onde amadureciam bem. Mas na ilha da Madeira davam um vinho pouco maduro, cheio de acidez e adstringente. No entanto, eles eram levados para as Américas e, junto com uma dose de álcool que levavam para não estragarem, parece que ficavam melhor depois de terem passado pelo calor do Equador. E, ainda, quando iam e voltavam, o resultado era ainda melhor. Assim, os produtores começaram a simular este calor nas próprias bodegas.
Hoje o vinho passa por um processo de estufagem, onde são aquecidos até 45 graus. Alguns produtores preferem passar os vinhos por barricas (processo chamado canteiro). Antigamente os vinhos também passavam por um sistema de mistura de várias safras, o sistema de soleiras, como vemos em Jerez. Atualmente os vinhos costumam ser de uma safra apenas e envelhecidos por 5 anos em madeira.
No rótulo pode aparecer a uva, mas geralmente o que aparece é a idade (3, 5, 10 e 15 anos) e o nível de doçura. Os estilos Malvasia, ou Malmsey são os mais doces. Verdelho é menos doce. Sercial costuma ser o estilo mais seco.
Os madeiras são brancos doces e com toques tostados de seus peculiares processos de envelhecimento. Mesmo tendo uma variedade grande de estilos, são vinhos complexos no aroma, com grande equilíbrio de acidez, frutosidade, mineralidade. Merecem atenção e devem ser degustados lentamente. São vinhos para se tomar pensando...são os típicos vinhos de meditação. Não deixem de provar estas raridades.

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